quinta-feira, 17 de novembro de 2011


PERFIL – SOCIOLOGIA.
Professor: Ivanilson Alfredo

Ação Social
Toda conduta humana dotada de um significado subjetivo (sentido) dado por quem a executa e que orienta essa ação.
A explicação sociológica busca compreender e interpretar o sentido da ação social, não se propondo a julgar a validez de tais atos nem a compreender o agente enquanto pessoa. Compreender uma ação é captar e interpretar sua conexão de sentido, somente a ação com sentido pode ser compreendida pela Sociologia. Em suma: ação compreensível e ação com sentido.

Tipos puros de ação:
Ação racional com relação a fins: ação que visa atingir um objetivo previamente definido, ele lança mão dos meios necessários ou adequados, ambos avaliados e combinados tão claramente quanto possível de seu próprio ponto de vista. Uma ação econômica, por exemplo, expressam essa tendência e permitem uma interpretação racional.
Ação racional com relação a valores: ação orientada por princípios, agindo de acordo com ou a serviço de suas próprias convicções e levando em conta somente sua fidelidade a tais valores. Por exemplo, não se alimentar de carne, orientado por valores éticos, políticos e ambientais.
Ação tradicional: quando hábitos e costumes arraigados levam a que se aja em função deles. Tal é o caso do batismo dos filhos realizado por pais pouco comprometidos com a religião.
Ação afetiva: quando a ação é orientada por suas emoções imediata, como por exemplo, o ciúme, a raiva ou por diversas outras paixões. Esse tipo de ação pode ter resultados não pretendidos, por exemplo, magoar a quem se ama.
Relação Social
Uma conduta plural (de vários), reciprocamente orientada, dotada de conteúdo significativos que descansam na probabilidade de que se agirá socialmente de um certo modo, constitui o que Weber denomina de relação social. Podemos dizer que relação social é a probabilidade de que uma forma determinada de conduta social tenha, em algum momento, seu sentido partilhado pelos diversos agentes numa sociedade qualquer.
Quando, ao agir, cada um de dois ou mais indivíduos orienta sua conduta levando em conta a probabilidade de que o outro ou os outros agirão socialmente de um modo que corresponde às expectativas do primeiro agente, estamos diante de uma relação social. Como exemplo de relação social, as trocas comerciais, a concorrência econômica, as relações políticas.
Poder e Dominação
O conceito de poder é amorfo já que significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda a resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade.
Dominação é a probabilidade de encontrar obediência dentro de um grupo a um certo mandato.
Poder + Legitimidade = Dominação.
Tipos Puros de Dominação Legítima
Dominação Legal: obedece-se não à pessoa em virtude de seu direito próprio, mas à regra estatuída, que estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida deve obedecer. Seu tipo mais puro é a burocracia.
Dominação Tradicional: se estabelece em virtude da crença ma santidade das ordenações e dos poderes senhoriais de há muito existentes. Seu tipo mais puro é o da dominação patriarcal.
Dominação Carismática: se dá em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma) e, particularmente: a faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder intelectual ou de oratória. Seu tipo mais puro é a dominação do profeta, do herói guerreiro e do grande demagogo.
Desencantamento do mundo
A humanidade partiu de um universo habitado pelo sagrado, pelo mágico, excepcional e chegou a um mundo racionalizado, material, manipulado pela técnica e pela ciência. O mundo de deuses e mitos foi despovoado, sua magia substituída pelo conhecimento cientifico e pelo desenvolvimento de formas de organização racionais e burocratizadas.
Ética Protestante e Espírito do Capitalismo
O trabalho torna-se um valor em si mesmo, e o operário ou capitalista puritanos passam a viver em função de sua atividade ou negócio e só assim têm a sensação da tarefa cumprida. O puritanismo condenava o ócio, o luxo, a perda de tempo, preguiça.
Para estarem seguros quanto à sua salvação, ricos e pobres deveriam trabalhar sem descanso, o dia todo em favor do que lhes foi destinado pela vontade de Deus, e glorifica-lo por meio de suas atividades produtivas.
A essa dedicação verdadeiramente religiosa ao trabalho, Weber chamou de vocação. Essa ética teve consequências marcantes sobre a vida econômica e, ao combinar a restrição do consumo com essa liberação da procura da riqueza, é obvio o resultado que daí decorre: a acumulação capitalista através da compulsão ascética da poupança. Mas este foi apenas um impulso inicial. A partir dele o capitalismo libertou-se do abrigo de um espírito religioso.
Estado
O Estado é um instrumento de dominação do homem pelo homem, para ele só o Estado pode fazer uso da força da violência, e essa violência é legítima (monopólio do uso legítimo da força física), pois se apóia num conjunto de normas (constituição).
O Conceito de Poder
O conceito de Poder varia no tempo e em função da corrente de pensamento abordada pelos diferentes autores. Vários autores trataram dessa questão. Cada um deles entendeu o Poder de uma maneira mais peculiar. A definição dada por adeptos do pensamento marxista chama de poder “a capacidade de uma classe social de realizar os seus interesses objetivos específicos”. O filósofo Michel Foucault falou em “relações de poderes” entre os indivíduos. Para Foucault, o poder é algo que se exerce em rede. Não existe uma entidade que centraliza o poder. O Poder se exerce tanto no nível macro quanto no micro. Hanna Arendt falou que o poder é oposto da violência. A violência acontece quando se dá a perda de autoridade e de poder. Hobbes falou de várias espécies de poder como: beleza, amizade, riqueza, popularidade, poder político, etc.  Na concepção hobesiana o maior dos poderes é o poder do Estado, resultado da soma de poderes de todos os homens na formação do Contrato Social. Outro autor a falar do Poder foi Nicolau Maquiavel. Para Maquiavel, a obrigação do governante (Príncipe) deve ser a de conquistar e manter o Poder. Para isso, ele deve adotar algumas estratégias. Para Lasswell, poder é “o fato de participar da tomada das decisões”. Essa visão do poder tem sido corrente para todas as teorias de decision-making process, e é criticada pelo fato de apresentar-se como uma concepção muito voluntarista do processo de tomada de decisões. Max Weber conceituou poder como sendo “a probabilidade de um certo comando com um conteúdo específico a ser obedecido por um grupo determinado”. A concepção weberiana de poder parte da visão de uma sociedade-sujeito, resultado dos comportamentos normativos dos agentes sociais. Do conceito de Weber sobre o poder emergem as concepções de “probabilidade” e de “comando específico”. Max Weber (1991, p.33) apresenta um clássico conceito de poder ao asseverar que: “poder significa toda probabilidade de impor a vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade”. Ou melhor, é a probabilidade de que uma ordem com um determinado conteúdo específico seja seguida por um dado grupo de pessoas.
Ao analisar o poder Weber (1991, p.16) fala do conceito de potência que segundo ele seria: “toda oportunidade de impor a sua própria vontade, no interior de uma relação social, até mesmo contra resistências, pouco importando em que repouse tal oportunidade”. Nessa definição, apesar de aparentemente idênticos os conceitos de poder e potência, distinguem-se pelo fato do primeiro apresentar um elemento diferenciador, qual seja, a especificidade.
Existe poder quando a potência, determinada por certa força, se explicita de uma maneira muito precisa. É o caso de alguém que recebe uma ordem de outrem e deve cumpri-la. Por esse conceito, têm-se no mesmo patamar os conceitos de poder e dominação, de tal forma que ambos dão-se dentro da ótica da relação social.
A moderna sociologia norte-americana apresenta uma teoria interessante e que reforça a ideia de Max Weber. É a teoria do “poder de soma zero”. Defende essa teoria que o poder que alguém ou uma instituição possui é a contrapartida do fato de que alguém ou outra instituição não possui. Se 'X' detém poder é porque um ou vários 'Y' estão desprovidos de tal poder.
Hodiernamente, a teoria tradicional do poder teve seu espírito renovado por Dahl que, em meados do século XX, apresenta a seguinte definição: “poder é a relação entre dois sujeitos, dos quais o primeiro obtém do segundo um comportamento que, em caso contrário não ocorreria”. Dessa feita, enquanto relação entre dois sujeitos, o poder está estritamente ligado à ideia de liberdade; os dois conceitos são definidos um mediante a negação do outro: “O poder de ‘A’ implica a não liberdade de ‘B’; a liberdade de ‘A’ implica o não poder de ‘B’ ”(PERISSINOTTO, Renato Monseff. Revista de Sociologia e Política, nº 20, 2003).
Nessa esteira de entendimento há também, para essa teoria e de forma geral para a teoria tradicional do poder, a ideia de benefício, de tirar proveito e vantagem em torno de uma ação de poder. Assim, o poder serve a quem o detém dentro do sistema capitalista e com a função de acumular mais riqueza para quem o exercita.
Outros sociólogos acreditam que a visão relacional-tradicional de poder é, no mínimo, contestável, recusando-se ele a conceber o poder como sendo, essencialmente, “uma ação imposta por um ator a um outro ator”. Segundo ele, ter o poder não significa ter condições de impor a própria vontade contra qualquer resistência. Essa capacidade de ‘A’ dominar ‘B’ através do poder dá-se em consonância com as regras sociais a quem ambos estão submetidos.
Caminhando no mesmo sentido, Hayward apud PERISSINOTTO (2003, p.38) atesta que o poder deve ser entendido não como algo que uma pessoa poderosa tem, mas como um conjunto de mecanismos sociopolíticos que funcionam no sentido de limitar o campo de ação de todos os agentes sociais, até mesmo daqueles que a literatura chama de poderosos.
Nesse enfoque, o poder não tem face e não é exercido dentro de uma relação individual, pois é constituído por mecanismos que, por meio de normas, regras, hábitos e outros constrangimentos, que definem identidades e comportamentos a serem “naturalizados” pelos atores submetidos a eles.
POLÍTICA PARA WEBER:
Max Weber, "distingui o conceito de política em duas acepções: Uma geral e outra restrita. No sentido geral, isto é, amplo, política é entendida por ele, como qualquer tipo de liderança que seja independente e
que está em atividade (em ação). No sentido restrito, Weber entende que política é a liderança do Estado. Útil, informar que Estado é defendido pelo citado autor, como uma comunidade que pretende o monopólio de um determinado território e defendê-lo com o uso da força física. Com efeito e com estes conceitos básicos de política e de Estado, Weber chega ao conceito de autoridade e de legitimidade. E o Estado somente pode existir se sua população obedecer os detentores do poder, cuja a autoridade deve ser reconhecida e legítima".

TEORIA POLÍTICA PARA WEBER:

Em sua teoria política Max Weber utilizou tipos ideais de diferentes níveis, tais como o capitalismo, a burocracia e os fundamentos da legitimidade. Para o pensador alemão, o capitalismo é definido pela existência de empresas cujo fim é a obtenção do maior lucro possível, e cujo meio é a organização racional da produção. A burocracia é a organização permanente da cooperação entre indivíduos, que executam tarefas especializadas de forma impessoal. A vida é racionalizada tanto pela ciência quanto pelo empreendimento capitalista e burocrático, em um processo de “desencantamento do mundo”, no qual as organizações anônimas e as relações impessoais podem massacrar a liberdade individual, seja pelo caminho capitalista ou pelo socialista. Neste sentido, Max Weber faz uma crítica ao pensamento político do século XIX, com uma boa dose de realismo.
DOMINAÇÃO:
Os três tipos puros de dominação legítimaSegundo Max Weber para que um Estado exista, é necessário que um conjunto de pessoas obedeça à autoridade alegada pelos detentores do poder no referido Estado. Por outro lado, para que os dominados obedeçam é necessário que os detentores do poder possuam uma autoridade reconhecida como legítima. A dominação é presença marcante em uma sociedade. Para haver dominação é necessário que haja elementos de diversas classes sociais onde os que detêm o poder exercerão domínio, sobera sobre os demais indivíduos sem o poder.
A dominação pode ser distinguida segundo três tipos básicos:Dominação Legal:
é regida por um estatuto, onde a associação dominante é eleita e nomeada. Baseada em regras racionalmente criadas. É uma dominação burocrática, havendo relação entre empregador e empregados.Dominação Tradicional: é o tipo mais antigo. Puro da dominação patriarcal. Onde o senhor comanda seus , e é aceita em nome de uma tradição reconhecida como válida. O exercício da autoridade nos Estados desse tipo, é definido por um sistema de status, cujos poderes são determinados, em primeiro lugar, por prescrições concretas da ordem tradicional e, em segundo lugar, pela autoridade de outras pessoas que estão acima de um status particular no sistema hierárquico estabelecido. Possui legitimidade afetiva.Dominação Carismática: ocorre em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais. Baseia-se na crença. O líder carismático, em certo sentido, é sempre revolucionário, na medida em que se coloca em oposição consciente a algum aspecto estabelecido da sociedade em que atua. Para que se estabeleça uma autoridade desse tipo, é necessário que o apelo do líder seja considerado como legítimo por seus seguidores, os quais estabelecem com ele uma lealdade de tipo pessoal. Tem legitimidade utilitarista.A dominação atualmenteA dominação é fato decorrente da origem do mundo, sempre haverá algo a ser dominado, liderado. Desde a relação entre os animais até os seres humanos, os indivíduos necessitar de um “ser” poderoso para guiá-los, orientá-los e dominá-los. Os tipos de dominação estudados por Max Weber no século passado, possui presença marcante neste século. A dominação legal segue viva na hierarquia das empresas, onde os trabalhadores são liderados por empresários; apesar dos tempos modernos ainda há o comando do pai perante sua família destacado na dominação tradicional e por último, considerada por mim a maior dominação de todos os tempos conceituada por Weber: a dominação carismática, que toma conta nos cultos e sessões de novas  Igrejas e Religiões que cada vez mais se difundem atualmente.
RACIONALIZAÇÃO:ARRFYUITRODUÇ

A Racionalidade Segundo Max Weber

Conceito de Racionalidade Ocidental. Racionalidade nos lembra razão e razão é justamente a capacidade de entendimento das coisas - para Weber, entretanto, racionalidade vai além da compreensão das coisas, é mais do que uma maneira de você ver as coisas, é uma visão de mundo.
O mundo Ocidental tem uma peculiaridade, na sua visão de mundo, a racionalidade se diferencia dos orientais. Para Weber a racionalidade Ocidental, motivou a fundamentação da ordem capitalista de alguma forma.
Mais que visão de mundo é essa, que nos diferencia e que formatou a ordem capitalista?

A racionalidade Ocidental vista por Max Weber tem como característica básica a Dominação do Mundo.
Como isso Funciona?

Ela pode ser entendida sob 3 perspectivas do indivíduo, o indivíduo pode ser entendido sobre 3 perspectiva:

  • Perspectiva Interna. Eu comigo mesmo;
  • Perspectiva Externa. Eu com aquele, ou aquilo;
  • Perspectiva Social. Eu com os outros.
Como Esta Racionalidade Funciona?
  • Externa. Entende que a natureza deve nos servir, devemos atuar sobre ela para as satisfazer as nossas necessidades. O outro é um competidor, um adversário.
  • Interna. Mostra o "Eu" em busca de algo e este algo é o lucro.
Racionalidade Ocidental.
Ela tem uma lógica, não de fugir, de se esconder, mas de dominar a natureza sempre.
  • Dominar a natureza no âmbito externo;
  • Competir com o outro no âmbito social
  • Buscar o lucro, trabalhar em termos de meios e fins na subjetividade no âmbito do Eu.
Estes elementos são fundamentais em termos de construção e da cosmovisão do capitalismo e de ideias em termos culturais.
A faculdade subjetiva do pensar é a razão ou seja, à a faculdade que julga, discerne, compra, relaciona, calcula, ordena e coordena os meios com os fins. Esta faculdade tornou-se em sua evolução um instrumento formal. A razão é apenas a faculdade interior do homem, mas ela se personificou nos próprios objetos deste mundo. A razão tornou-se racionalidade. Ela esta presente no aparelho reprodutivo, no aparelho tecnológico e científico, nas instituições políticas, no hospital, na escola, no transito e na mídia. Em todos os preendimentos humanos há a relação calculada entre meios e fins. A operação, a coordenação, a ordem, o sistema, o calculo, a busca da unidade define a racionalidade em sua eficácia.


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